Aventuras de menina
Minha infância é sinônimo de felicidade
Não tinha medo de brincar na rua ou conversar com a lua
Brincava de pular corda bambolê e amava pular amarelinha!
Passar fins de semana no sitio da tia
Disputando o pé de goiaba com as galinhas
Ali era o poleiro... Para nós crianças era o quartel
Elas que encontrassem lugar para dormir
Nosso castelo ficava ali, os primos eram a companhia ideal
Pulamos muitas cercas, bebemos muito leite no curral
Pé de mangas tinha aos montes... Espada, rosa, coquinho,
coração de boi...
Eram nomes comuns... O tempo bom se foi
Voltando a goiabeira, nossa predileta
Era ali que começava sempre a festa
Piolho de galinha era comum os chamávamos de micuins
Nem nos importávamos com a coceira ou cheiro ruim
Não posso esquecer-me das lagartas de fogo
Eram as taturanas... Enormes... Perigosas
Nem dávamos importância até um belo dia
Que ao expulsar a galinhas do poleiro
Subimos felizes ao nosso quartel secreto
Meu irmão sempre o general acabou ferido em um hospital
As taturanas defendendo seu espaço
Atacaram seu pescoço, pernas e braços
Quanto mais ele se debatia mais queimadura sentia
Os soldados companheiros gritavam no “terreiro”
Tentavam acudir... Sem saber o que fazer
O tio veio socorrer,
o pé de goiaba foi interditado
Ficamos sem quartel temporariamente
Quando o general se recuperou toda aventura voltou
Embora eu fosse a única menina não perdia para ninguém
Brincava de pião, jogava bola, quase nunca de boneca
A vó brigava dizia que eu faltava usar cueca
São tantas lembranças que me faltaria espaço para descrever
Ah! Como foi bom tudo aquilo viver
Embora convivesse com moleques não deixei de ser feminina
Tenho as melhores lembranças dos meus tempos de menina!
Lady Val