segunda-feira, 4 de junho de 2012

Aventura de menina




Aventuras de menina



Minha infância é sinônimo de felicidade

Não tinha medo de brincar na rua ou conversar com a lua

Brincava de pular corda bambolê e amava pular amarelinha!

Passar fins de semana no sitio da tia

Disputando o pé de goiaba com as galinhas

Ali era o poleiro... Para nós crianças era o quartel

Elas que encontrassem lugar para dormir

Nosso castelo ficava ali, os primos eram a companhia ideal

Pulamos muitas cercas, bebemos muito leite no curral

Pé de mangas tinha aos montes... Espada, rosa, coquinho, coração de boi...

Eram nomes comuns... O tempo bom se foi

Voltando a goiabeira, nossa predileta

Era ali que começava sempre a festa

Piolho de galinha era comum os chamávamos de micuins

Nem nos importávamos com a coceira ou cheiro ruim

Não posso esquecer-me das lagartas de fogo

Eram as taturanas... Enormes... Perigosas

Nem dávamos importância até um belo dia

Que ao expulsar a galinhas do poleiro

Subimos felizes ao nosso quartel secreto

Meu irmão sempre o general acabou ferido  em um hospital

As taturanas defendendo seu espaço

Atacaram seu pescoço, pernas e braços

Quanto mais ele se debatia mais queimadura sentia

Os soldados companheiros gritavam no “terreiro”

Tentavam acudir... Sem saber o que fazer

O tio veio socorrer,  o pé de goiaba foi interditado

Ficamos sem quartel temporariamente

Quando o general se recuperou toda aventura voltou

Embora eu fosse a única menina não perdia para ninguém

Brincava de pião, jogava bola, quase nunca de boneca

A vó brigava dizia que eu faltava usar cueca

São tantas lembranças que me faltaria espaço para descrever

Ah! Como foi bom tudo aquilo viver

Embora convivesse com moleques não deixei de ser feminina

Tenho as melhores lembranças dos meus tempos de menina!

Lady Val












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